quarta-feira, 9 de junho de 2021

O novo humano Com a pandemia que não tem data para ir embora todos ficamos estarrecidos com declarações em relação à doença, às mortes e ao descaso pela vida. Alguns comentários e opiniões demonstram insensibilidade com a humanidade, tratada como se não tivesse valor. O “e daí” e o “tudo bem que a natureza criou…”, nos leva a consequências mais profundas como o individualismo arraigado nas culturas atuais e o secularismo, fruto de um relativismo sem fé em que se acredita no que convém, ou mesmo, em preocupações efêmeras, colocando como prioridades a economia e a política, que sobrepõe os valores essenciais da vida humana. Luc Ferry, em seu livro “Revolução do Amor”, ao analisar as características do tempo presente, nos alerta que, os únicos seres pelos quais agora estaríamos dispostos a arriscar nossa existência, são os seres humanos, não os ideais políticos e econômicos, junto com os processos de globalização. Declarações como estas não levam em conta o que está por trás da vida humana, a sua existência, história e sonhos, enterrados juntos com o “e daí”, ou “tudo bem”, sem o devido valor de suas identidades e seus rostos sofridos lutando com um inimigo desconhecido. Como irmãos, não pensamos na vida somente com um valor humano, mas também divino, somos criados a imagem e semelhança de Deus e dotados de inteligência e liberdade que nos diferencia das outras criaturas. Precisamos ser mais solidários com os outros, com a dor da perda de um ente querido, desde a concepção até a morte natural, devemos reconhecer a dignidade da pessoa, sua linhagem e não somente tratá-la com descaso, depreciação, já que a vida está muito acima dessas palavras vazias e sem sentido, temos a obrigação de fazer alguma coisa em prol das pessoas fragilizadas, vulneráveis, que lutam para sobreviver neste mundo de injustiças. Por isto, não é por palavras como ‘e daí’ e ‘tudo bem’ que deixaremos de valorizar o que nos foi dado como fruto do amor. O novo humano será um desafio para uma sociedade tão individualista que já se acostumou com pandemia do coronavírus, circulam por aí como se nada estivesse acontecendo, demonstrando indiferença em relação aos cuidados com nossa vida. Quando descobrimos que absolutamente nada é definitivo, INCLUSIVE A VIDA, compreendemos a inutilidade do orgulho, a tolice das disputas, a estupidez da arrogância, e a incoerência das tolas mágoas. A gente só precisa confiar que tudo vai ficar bem. Tudo vai dar certo para nós também. Madalena Konrad Mestre em Ciências da Educação com Ênfase em Gestão Educacional Itajai,22 de Maio de 2021

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